Tenho medo. Tenho medos. Tantos medos.
Alguns nem conheço, outros já chamo pelo apelido carinhoso. Eles são muito férteis, eu, eu sou solo muito fértil para todo tipo de medo; espécies até ainda desconhecidas pela ciência moderna. Eles não precisam de luz solar, não precisam de água, não tem seiva. Se alimentam deles mesmos e crescem graças à mim.
Sou uma tremenda jardineira. Tenho grandes plantações de medo, canteiros repletos de insegurança e até alguns ressentimentos aqui e ali. Meu lote não acaba, sempre cabe mais. A cada colheita se vai um pouco de mim e crescem um pouco mais deles.
Mas deus abençoe a policultura, não só de medos vive uma boa horta. Tenho pomares repletos de sonhos e bosques lotados de vontade e motivação. Assim, nessa variedade de cultivos, eu sobrevivo sem me perder totalmente de mim. E talvez todo mundo seja mesmo assim.
2 comentários:
Adorei!!!!
Machado
OMG.! Um comentário do além!
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